O papel dos factores de protecção na promoção da resiliência em adolescentes (um estudo de caso)

Procuramos compreender, numa perspectiva bio-ecológica, o fenómeno da resiliência num grupo de adolescentes de risco aos quais estavam associados vários acontecimentos de vida (factores de risco) capazes de provocar stress. Estes jovens evidenciam comportamentos resilientes ou não-resilientes nos di...

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Bibliographic Details
Authors: Abreu, Mariana (Author) ; Xavier, Maria Raúl (Author)
Format: Electronic Book
Language:Portuguese
Published: 2008
In:Year: 2008
Online Access: Volltext (kostenfrei)
Check availability: HBZ Gateway
Description
Summary:Procuramos compreender, numa perspectiva bio-ecológica, o fenómeno da resiliência num grupo de adolescentes de risco aos quais estavam associados vários acontecimentos de vida (factores de risco) capazes de provocar stress. Estes jovens evidenciam comportamentos resilientes ou não-resilientes nos diferentes contextos onde se movimentam. Constituiu um dos objectivos do estudo perceber como é que actuam factores e processos protectores tendo em conta os riscos e factores de risco que se encontram associados às vidas dos adolescentes, para que estes demonstrem comportamentos resilientes ou não-resilientes, no contexto escolar. Foi ainda analisada a importância e a influência da escola na promoção da resiliência nos adolescentes, que apesar de serem oriundos de contextos de vivências menos positivas, são bem sucedidos na realização académica, na relação com os pares e a nível das competências sociais. Os participantes neste estudo (N=77), 28 raparigas (35,6%) e 49 rapazes (64,4%), com uma média de idades de 12,7 anos, são provenientes do 7º ano de uma escola secundária urbana do Grande Porto. Avaliamos o seu estatuto de risco utilizando a “Life Event Checklist” (Werner & Smith, 1992) e identificamos um grupo de risco (N=20). A partir de uma lista verificação de resiliência adaptada de Howard & Johnson (2000) identificámos um grupo resiliente e um grupo não resiliente. Foi utilizada uma entrevista semi-estruturada com questões baseadas em acontecimentos de vida e nas suas expectativas para o futuro, na sua vida na escola e relação com os pares e ainda em questões que procuraram explorar o tipo de relações que os adolescentes tinham com as suas famílias. Dividimos estas questões em três grandes domínios: A – “Aspectos da sua vida de uma forma geral”; B – “Vida na escola e relação com os pares”; C – “Relacionamento com a família”. A unidade de registo e de contexto na análise de conteúdo das entrevistas foram respectivamente o tema e o parágrafo; dos temas puderam-se definir as categorias de respostas obtidas. Complementarmente utilizamos outros instrumentos de recolha de informação, nomeadamente o teste sociométrico em que analisamos as preferências e rejeições do grupo de risco relativamente aos outros alunos no grupo/turma. Através das classificações do final do ano lectivo avaliamos a competência dos alunos de risco e comparámo-la com a dos outros alunos da turma. Apresentamos e discutimos os resultados encontrados para os dois grupos de adolescentes (resilientes e não-resilientes), quanto à sua vida, às suas relações com a escola, grupo de pares e família. Os resultados apontam para mais factores protectores no grupo de alunos resilientes do que no grupo de alunos não resilientes, nomeadamente a nível das características internas, do grupo de pares, escola, família e comunidade